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domingo, 30 de dezembro de 2012

A lição de Toninho Branco


Ao sentar-se no poder, o novo prefeito e seu grupo político estarão diante de duas alternativas que, dependendo da escolha, poderá  'pautar' politicamente a sua administração.


Foto: Facebook


O adversário.
Não há nada pior para um político no poder que a ausência de um rival, um adversário ou uma oposição. A frase pode soar estranha, mas é exatamente isso que acontece para o bem ou para o mal do político e, consequentemente, da cidade. Dependendo do foco político que o novo governo definirá, a escolha poderá traçar os rumos da administração e da cidade.


Toninho Branco x Mirinho Braga

Quando assumiu em 2005, falaram para Toninho Branco com sotaque francês. - Precisamos tirrar Mirrinha Braga do párreo.

Essa orientação teve o peso de um decreto e passou a vigorar desde o primeiro dia daquele governo. Todos os setores políticos do poder passaram obsessivamente a trabalharem numa só direção: eliminar  Mirinho Braga, o maior rival no cenário político.
Na concepção daquele governo, retirar as opções do eleitor, abriria caminho para um projeto de poder mais longo e obrigaria a aceitação popular para o baixo nível administrativo que viria a seguir.


Tô nem aí.
Com a meta estabelecida, as manobras políticas definidas e a certeza que Mirinho não voltaria para uma futura disputa, um efeito colateral se revelaria nas urnas.

“Quando o político olha para o horizonte e não vê nada que possa lhe causar ameaça, involuntariamente se acomoda.

E Toninho, mesmo sendo político com certa experiência, não conseguiu escapar dessa regra.

Mirinho, seu principal adversário, teoricamente estava fora do páreo. Seu grupo político iria se desfazer e não teria, como nunca teve, qualquer condição de estabelecer uma oposição que pudesse ameaçá-lo.
Para o governo Toninho Branco, era necessário somente “tocar a bola”, e ganhar a partida. Ledo engano.


Toninho Branco X Toninho Branco
Toninho Branco pagou caro por sua obsessão.
Mesmo com toda força utilizada para impedir seu adversário de concorrer nas eleições que viriam, as tentativas falharam e o ex-prefeito Mirinho Braga conseguiu oficializar sua candidatura e disputar a prefeitura.
A cidade, que havia sido colocada como opção “b”, estava desfigurada administrativamente e moralmente.
De maneira geral, para a opinião popular, as dificuldades internas que Toninho Branco enfrentou por quase todo mandato, os gastos públicos exagerados que engessaram sua administração e adiaram investimentos na cidade. As denúncias e condenações contra membros importantes do governo. A falta de planejamento macro, o excesso de improviso e principalmente a ausência política da figura do prefeito, foram suficientes para confirmar uma derrota esmagadora nas urnas.

O adversário ou a cidade?
A lição de Toninho Branco é clara. O governo e a cidade precisam de um desafio a ser vencido. A oposição, mesmo aplicada com dose político-partidária, gera 'efeitos colaterais' positivos para quem ocupa o poder.
A história política recente da cidade apresenta exemplos e ressalta a importância de uma oposição para a saúde política de quem ocupa o cargo máximo no município.
Em contra-partida, a resposta do poder a qualquer oposição é o trabalho prestado à população.
O foco do poder público é a cidade. E o êxito sobre a oposição é o trabalho e a competência.

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