Ao sentar-se no poder, o novo prefeito e seu grupo
político estarão diante de duas alternativas que, dependendo da escolha,
poderá 'pautar' politicamente a sua administração.
Foto: Facebook |
O adversário.
Não há nada pior para um político no poder que a ausência
de um rival, um adversário ou uma oposição. A frase pode soar estranha, mas é
exatamente isso que acontece para o bem ou para o mal do político e,
consequentemente, da cidade. Dependendo do foco político que o novo governo
definirá, a escolha poderá traçar os rumos da administração e da cidade.
Toninho Branco x Mirinho Braga
Quando assumiu em 2005, falaram para Toninho Branco com
sotaque francês. - Precisamos
tirrar Mirrinha Braga do párreo.
Essa orientação teve o peso de um decreto e passou a
vigorar desde o primeiro dia daquele governo. Todos os setores políticos do
poder passaram obsessivamente a trabalharem numa só direção: eliminar
Mirinho Braga, o maior rival no cenário político.
Na concepção daquele governo, retirar as opções do
eleitor, abriria caminho para um projeto de poder mais longo e obrigaria a
aceitação popular para o baixo nível administrativo que viria a seguir.
Tô nem aí.
Com a meta estabelecida, as manobras políticas definidas e
a certeza que Mirinho não voltaria para uma futura disputa, um efeito colateral se revelaria nas urnas.
“Quando o
político olha para o horizonte e não vê nada que possa lhe causar ameaça,
involuntariamente se acomoda.”
E Toninho, mesmo sendo político com certa experiência,
não conseguiu escapar dessa regra.
Mirinho, seu principal adversário, teoricamente estava
fora do páreo. Seu grupo político iria se desfazer e não teria, como nunca
teve, qualquer condição de estabelecer uma oposição que pudesse ameaçá-lo.
Para o governo Toninho Branco, era necessário somente “tocar a
bola”, e ganhar a partida. Ledo engano.
Toninho Branco X Toninho Branco
Toninho Branco pagou caro por sua obsessão.
Mesmo com toda força utilizada para impedir seu
adversário de concorrer nas eleições que viriam, as tentativas falharam e o
ex-prefeito Mirinho Braga conseguiu oficializar sua candidatura e disputar a
prefeitura.
A cidade, que havia sido colocada como opção “b”, estava
desfigurada administrativamente e moralmente.
De maneira geral, para a opinião popular, as dificuldades
internas que Toninho Branco enfrentou por quase todo mandato, os gastos
públicos exagerados que engessaram sua administração e adiaram investimentos na
cidade. As denúncias e condenações contra membros importantes do governo. A falta
de planejamento macro, o excesso de improviso e principalmente a ausência
política da figura do prefeito, foram suficientes para confirmar uma derrota
esmagadora nas urnas.
O adversário ou a cidade?
A lição
de Toninho Branco é clara. O governo e a cidade precisam de um desafio a
ser vencido. A
oposição, mesmo aplicada com dose político-partidária, gera 'efeitos
colaterais' positivos para quem ocupa o poder.
A
história política recente da cidade apresenta exemplos e ressalta a importância
de uma oposição para a saúde política de quem ocupa o cargo máximo no
município.
Em contra-partida, a resposta do poder a qualquer oposição é o trabalho prestado à população.
O foco do
poder público é a cidade. E o êxito sobre a oposição é o trabalho e a
competência.
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