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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Bem-te-vi: a quem interessar possa

Estamos diante de um ato do executivo que pode tirar dos cofres públicos um valor milionário




Segundo noticiou o jornal Primeira hora em sua última edição, o prefeito André Granado desapropriou a Fundação Bem-te-vi e teve pelo governo, segundo o jornal, seus bens móveis e imóveis avaliados pela quantia de 500 mil reais. - É tão hilário que só resta rir mesmo. 

Deixando de lado o que pode ser uma performance teatral, qualquer morador da cidade sabe que com esse valor não se compra nem uma casa de 300 metros quadrados no bairro de Manguinhos, por exemplo. Quem dirá uma propriedade do porte da Bem-te-vi com seus 144 mil metros quadrados. Talvez esse montante (500 mil reais) não cobriria nem o custo do ginásio poliesportivo que há naquela fundação.

O que vai acontecer em seguida é obvio. A gestão da instituição certamente ingressará na justiça com ação de contestação; e por estar concretizada a desapropriação restará a parte seguir pela via da anulação - caso se comprove alguma irregularidade do ato - ou da correção de valor de mercado, a opção mais provável. A gestão da Bem-te-vi,  que certamente terá em mãos, laudos e avaliações consistentes sobre a propriedade terá grandes chances de êxito em todas as instâncias, restando ao município o pagamento do valor real.

Qual é o valor real? Especulam alguns corretores que o valor venal da propriedade ultrapasse os 15 milhões de reais. É uma quantia considerável, se for tirar de um orçamento de 204 milhões. É dinheiro para fazer muita coisa. Daria por exemplo, para revitalizar com ciclovia e calçada, todo percurso desde a entrada da Tartaruga até o Posto de Ceceu. Poderia com esse valor construir aproximadamente oito escolas com o mesmo padrão de qualidade da Escola de Vila Verde. Faria a urbanização e a revitalização da Lagoa de Geribá transformando-a num novo ponto turístico e de lazer. Resolveria boa parte dos problemas de lançamento de esgotos nas praias de Búzios. Faria, daria e poderia fazer muitas outras obras consideradas de maior prioridade no município.

Ao que tudo indica, não são essas as prioridades do governo. Se foi por perseguição política - como sugeriu o jornal Primeira Hora - ou não, o fato é que é muito estranho este ato do executivo aos 45 dias de governo, que deve ser visto ou assistido -caso seja uma encenação - com mais atenção por parte da população. A lua de mel que ainda vive o buziano com o novo governo corre o risco de gerar um efeito colateral permissivo e aceitar que atos escandalosos que podem vir acontecer sejam ignorados ou tratados com passividade pelo cidadão.



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