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domingo, 27 de janeiro de 2013

Búzios:o populismo vai colar?


A diferença entre a escola que o presidente Barack Obama ajuda a pintar e o “matagal” que o prefeito André Granado ajuda a capinar é somente o cenário da praia de João Fernandes ao fundo.





A naturalidade tem pautado as ações de marketing na relação entre o político e o cidadão. O comportamento rígido, o terno, a gravata e o gabinete fechado, têm sido elementos dispensáveis nas ações pessoais dos líderes que buscam a construção de uma imagem positiva. Essa busca pelo ‘positivismo’, traduzido muitas vezes por ações até certo ponto populistas, já é uma tendência na conduta midiática dos líderes e homens públicos atualmente.

Nessa era da popularização do líder, a comunicação com o cidadão passa a ser feita de maneira mais simples e direta, e às vezes didática, com mais ações pirotécnicas e de impacto visual. O vocabulário complexo dá lugar às alegorias e as analogias que passam para o ouvinte uma mensagem mais clara e de fácil absorção. A linguagem conceitual que transforma o homem público em produto passa a ser direcionada às camadas mais simples da sociedade que facilmente consome esse formato manufaturado da imagem.

De maneira geral é o cidadão que provoca esse conceito de ‘informalidade’ do homem público. A fórmula do ‘prefeito que vai a campo’, como disse André Granado recentemente no jornal O Perú Molhado, é a resposta a uma demanda social, um espaço político a ser ocupado, e que sugere um “olhar mais próximo” e pessoal do governante. Esse vácuo político que a sociedade involuntariamente reserva, é uma terra fértil para tentativas de novas lideranças se firmarem ocupando o espaço com manobras populistas.

A diferença entre a escola que o presidente Barack Obama ajuda a pintar e o “matagal” que o prefeito André Granado ajuda a capinar é somente o cenário da praia de João Fernandes ao fundo. O populismo é explícito nas duas imagens - talvez um pouco menos na de Obama - mas ainda assim com mensagem marqueteira. 

A do prefeito de Búzios é mais populista porque é urgente. André Granado busca ocupar um espaço como liderança política. E tenta se firmar buscando dar respostas rápidas às demandas de serviços existentes, se apresentando como o líder presente, tentando ser a todo custo o que ele considera como antítese de seu antecessor, o ex-prefeito Mirinho Braga.
  
O sistema político americano alimenta essa postura de líder nas trincheiras, com mangas arregaçadas e pronto para pintar escolas. No Brasil, Lula é a matriz desse formato que se dissemina e molda essas figuras públicas com exemplos como Garotinho ou Chiquinho do Atacadão entre outros, que se consolidaram como figuras populistas. O prefeito André Granado, talvez ainda sem identidade política definida, e a olhar pela foto, claramente segue nesse caminho. Será que em Búzios esse populismo vai colar?

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